O Ano foi mortal – literalmente falando

O ano de 2011 vai ficar marcado pelos trágicos acidentes que vitimaram um total de cinco pilotos, nos Estados Unidos, na Malásia e, principalmente, no Brasil, que cobrou a vida de três pilotos. Foi com certeza chocante, mas totalmente atípico, já que faziam muitos anos que esse volume de tragédias não ocorria.

As mais marcantes foram fora do Brasil. Foi a do inglês Dan Wheldon, que na etapa final da IndyCar, em 16 de outubro, na pista de Las Vegas, morreu num enorme choque multiplo, que envolveu um total espantoso de 15 carros, uma das mais marcantes dos últimos anos.

Outra, também marcante e brutal, ocorreu em 23 de outubro – exatamente uma semana após a fatalidade com Wheldon -, quando o italiano Marco Simoncelli, correndo na MotoGP, no circuito da Malásia, caiu e foi atropelado por Colin Edwards e Valentino Rossi.

Os dois morreram nos mesmos dias dos acidentes, e causaram – ambos – o cancelamento das respectivas provas.

Mas isso foi apenas o fim da sequência, já que o Brasil teve a péssima “honra” de inaugurar a sequência de tragédias nos esportes motorizados de 2011, e por coincidência ainda mais tenebrosa, no mesmo circuito: o internacional circuito de Interlagos.

Em 24 de fevereiro o fotógrafo de motociclismo, João Lisboa, sofreu uma série de hemorragias que o levaram à morte após bater na Curva do Café – a mesma onde Rafael Sperafico havia perdido a vida em 2007, na Stock Light. Ele fazia testes com uma escola de pilotagem.

Semanas depois, exatamente no dia 4 de abril, um múltiplo acidente – na mesma curva – matou o piloto Gustavo Sondermann, durante etapa da divisão de acesso da Stock Car.

E no fim de semana seguinte a tragédia se repetiu na pista de Interlagos, quando Paulo Kunze, veterano piloto de 67 anos, sofreu traumatismo craniano que o levaria à morte dias depois, por causa do capotamento de seu carro na Curva do Sol, quando corria numa prova regional, a Stock Paulista.

Que essas tragédias sirvam para, pelo menos, trazerem mais segurança para os pilotos, assim como a de Ayrton Senna, no dia 1º de maio de 1994, em Imola – no mesmo fim de semana em que aquela pista já tinha ceifado a vida de Ratzemberg, ocorrida nos treinos oficiais. Ao custo dessas duas vidas, a Fórmula 1 conseguiu banir – pelo menos até agora – as mortes na categoria.

São fabulosos 17 anos sem uma outra fatalidade. Então dá sim para conseguir fazer igual. Nunca elimando totalmente os acidentes, intrínsicamente ligados aos esportes motorizados, mas reduzindo a severidade dos danos físicos aos pilotos.

Vamos deixar indeléveis em nossa memória um ano horrendo – que já quase começou com uma tragédia que por pouco não levou a vida do piloto de Fórmula 1 Robert Kubica, embora numa prova de Rali – vamos lembrar das tragédias individuais que levaram esses cinco pilotos, de forma a nunca mais deixarmos isso acontecer novamente.

 

1.644.405FJPB1.13

Link permanente para este artigo: https://www.esportesmotor.com/o-ano-foi-mortal-literalmente-falando/

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.