Barrichello e Williams: fim de parceria?

Para variar, o paddock da Fórmula-1 é palco de mais uma novela. O tema, claro, não poderia ser outro: a renovação de contrato entre Rubens Barrichello e Williams à próxima temporada. Na segunda semana de julho, Adam Parr afirmou que a tendência no time inglês era a permanência não apenas de Rubinho, mas também do atual companheiro de equipe do brasileiro, o venezuelano Pastor Maldonado, para 2012. Cogitou-se até que a informação seria concretizada com um anúncio, no fim de semana do GP da Alemanha. Duas corridas se passaram. E, segundo o próprio Barrichello, a negociação ainda não avançou.

“Onde há fumaça, há fogo”, diriam alguns.

Fato é que o site da Speed Channel, emissora norte-americana de televisão segmentada em esporte a motor, tratou de colocar lenha na fogueira. Publicou, recentemente, uma matéria na qual afirmava que o posto de Rubinho pode parar nas mãos de um alemão em 2012. Adrian Sutil e Nico Hülkenberg, que correu pela Williams no ano passado, seriam os concorrentes.

Quem olha à classificação do atual campeonato, pode perguntar: Mas por que não no atual posto de Pastor Maldonado? Simples. A principal patrocinadora da Williams é a petrolífera venezuelana PDVSA. Tal contrato, estimado em 180 milhões de dólares, se estende até o fim de 2015. Até lá, a estatal terá direito a escolher um dos titulares do time. Por razões lógicas, o piloto será da terra de Hugo Chávez – seja Maldonado ou qualquer compatriota.

Alheio à renovação, fato é que a Williams atravessa seu pior momento em 33 anos de Fórmula-1. Com apenas quatro pontos (todos de Rubinho) em 11 Grandes Prêmios, a equipe figura à frente apenas de Lotus, Virgin Marrusia e Hispania no Mundial de Construtores: nono lugar. Para ter uma noção, no mesmo número de corridas em 2010, o time conquistou 31 pontos.

Não é à toa que a equipe de titio Frank Williams promete reestruturação para 2012. Após dois anos de parceria, a Cosworth não fornecerá motores à Williams no ano que vem; algo que ficará a cargo da Renault. Mike Coughlan assumirá o posto de engenheiro-chefe na Williams. Ele estava fora da Fórmula-1 desde 2007, quando foi demitido da McLaren por se envolver naquele bafafá de espionagem do time inglês à Ferrari. E novas mudanças não estão descartadas.

Creio que esse é o momento ideal para Barrichello começar a pensar em um novo rumo à sua vida profissional. Ele já teve uma carreira longeva e vitoriosa na Fórmula-1. Faltou-lhe um título de Pilotos, é verdade. Algo, aliás, que apenas poderia buscá-lo novamente se tivesse em mãos um carro de equipe grande – ou no caso de um novo “Efeito Brawn”. Opções que, lamentavelmente, são extremamente improváveis. Inclusive na própria Williams. Apesar da quase certa evolução em 2012, a equipe não tem lá grandes chances de encarar Red Bull, McLaren ou Ferrari.

Se eu fosse Rubinho, manteria bons contatos para buscar, muito em breve, a Indycar. Por umas três temporadas. Imagine vê-lo faturar uma 500 Milhas de Indianápolis ou o campeonato… Seria a consagração àquele que é, indiscutivelmente, o piloto mais importante do Brasil na era Pós-Senna.

Este Artigo foi escrito por Rafael Ligeiro

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