O que esperar das equipes na F-1 de 2015?

Nesta semana começa, finalmente, uma nova temporada da Fórmula 1 – a 66ª da história da categoria. E – como todos os anos – aparecem as dúvidas de quais equipes estarão melhor, quais vão disputar realmente o campeonato, quais vão ter que se contentar em disputar posições no meio do grid, levando uns pontinhos aqui, outros acolá, e quais só farão figuração – e talvez nem possam pensar em pontuar, à não ser ser quando um temporal cair no meio de uma prova.

Para começar, nossa maior fonte – e praticamente a única – são os três grupos de testes coletivos, realizados na pré-temporada. Foram dois em Montmeló, e o primeiro em Jerez de la Frontera. Não dá para apostar fichas demais apenas nas que lideraram alguns dos dias de testes e mais testes, mas dá para ter uma visão, se formos críticos no que as equipes poderiam estar querendo mostrar – ou esconder.

Sabemos que equipes com problemas de caixa, com certeza vão para tais testes para aparecer para os possíveis novos patrocinadores. Assim é quase certo que tentem ir para a pista com pneus mais macios, com pouco combustível, pois seu interesse é captar novos – e imprescindíveis – recursos, para poder continuar vivas.

Mas também sabemos que aquelas que estão plenamente afinadas no setup de seus carros, não vão querer mostrar demais, colocar as outras lá para trás, pois só atrairiam as atenções das “inimigas”. Estas partem para programações de testes reais, de simulação de corridas, tentativas de ganhar miléssimos em ajustes de suspensão e pneus. Perdem velocidade, mas ganham ainda mais poder de fogo para o que interessa: as corridas, onde os pontos são dados, e se definem os campeonatos.

» Como foram as equipes nos testes coletivos:

Para começar vamos ver a tabela abaixo, desenvolvida pelo nosso Editor, e que pontua os resultados até as quintas colocadas em cada dia dos testes.

Como podemos ver a um primeiro olhar a Ferrari aparece com destaque, com um índice ponderado de 37. A Mercedes e a Sauber aparecem empatados em segundo lugar, com um índice de 32. A Williams fica em quarto lugar, um pouco mais atrás, com um índice de 29. Sem sombra de dúvida, seria de esperar que estas possam ser as equipes que devam disputar o título de 2015, mas…

A Ferrari sem dúvida é outra, seu carro parece mais ter um desempenho de equipe grande, do que foi o fiasco de 2014, que acabou resultando na saída de Fernando Alonso da equipe. Mas será que ela está à frente do grid? Muito difícil isso acontecer. Ela deve até vencer algum GP, deve subir mais vezes ao pódio, mas achar que será a campeã, é algo muito improvável.

O que dizer da Sauber, empatada com a favoritíssima Mercedes, campeão disparada em 2014? Aqui entra o que disse acima, a Sauber quis, precisava, aparecer para patrocinadores, mas ela não conseguirá fazer tanto assim como este índice pode levar a concluirmos. Que ela também melhorou com relação à 2014, é inolvidável, mas também seria impossível repetir o desempenho ZERO do ano passado. Com certeza pontuará, mas com certeza nem deve chegar próxima dos pódios.

A Mercedes escondeu, o quanto deu, o jogo, mas seu desempenho constante, sua velocidade final, maior que o de outras grandes, mesmo com pneus médios contra quem usou os macios ou os supermacios, suas voltas consistentes em regime de simulação de corrida – sem nenhum problema maior de confiabilidade – mostra que deve repetir o título, e a dobradinha ao final de 2015. Está muito à frente das demais.

E a Williams?, com um índice ponderado próximo da Mercedes, poderá ter seu melhor ano, chegar à um punhado de vitórias e vários pódios, e com certeza vai disputar o vice-campeonato neste ano. Contra quem? esta é a principal questão.

Nos testes coletivos, como demonstrado na tabela acima, a Lotus apareceu à frente da Red Bull, mas isso é explicável pelo mesmo que coloquei para a Sauber. Não parece ser real. Assim como a Red Bull não deve ser realmente sexta força. Ela deve ser aquela que vai disputar o vice-campeonato com a Williams. Teve bons momentos, mas algumas falhas e falta de confiabilidade devem brecar seus melhores resultados, pelo menos no início da temporada. Mas tem tudo para ir melhorando, principalmente quando começar a fase europeia.

A Toro Rosso com certeza vai disputar cabeça a cabeça com a Lotus. Ambas devem ficar perto do fim do grid, e angariar alguns pontinhos, mas dificilmente chegarão perto dos pódios. Já a Force India, com sérios problemas financeiros, com risco até de não poder disputar a temporada completa, dificilmente fará cócegas nas demais, nem mesmo na Toro Rosso ou Lotus.

E, você poderá perguntar, com relação à McLaren? Bom aqui a situação complica muito. Num exercício doido de adivinhação, podemos esperar que ela tenha escondido totalmente seu poder de fogo. Seus problemas em 11 dos 12 dias de testes coletivos, foram apenas para despistar as “inimigas”, deixando que elas pensem que a McLaren é carta totalmente fora do baralho.

Mas será mesmo que poderia ser apenas um despiste louco? acho difícil, mas se o que se viu (ou na verdade o que NÃO se viu) foi verdade, será um dos maiores fracassos da história, e olha que a Honda, que retorna à Fórmula 1 depois de muitos anos, tem muito dinheiro para investir. Então porque tantos problemas? falaram que seria normal, já que a fábrica japonesa não tem experiência com o Kers (agora ERS) – sistema de recuperação de energia em uso só depois da saída da Honda da categoria*.

Mas os problemas foram muito além dessa área. Problemas constantes com vazamento de fluidos quase todos os dias afligindo o carro, foi apenas o mais comum. Falta de quilometragem, menos de 1/5 dos que as demais conseguiram realizar, será um sério problema, mas as duas empresas tem condições de melhorar ao longo da temporada, quem sabe chegando ao seu final pouco acima do meio do grid. Mas vitórias nem pensar.

* o problema do pequeno acidente de Alonso, mas com graves consequências médicas com o espanhol, inclusive ele não vai disputar a etapa de abertura na Austrália, pode ter sido causado por forte choque elétrico no piloto, que teria desmaiado antes da batida; tanto que a McLaren passou a usar um ERS de fabricação própria, deixando de lado a unidade original, de fabricação da Honda.

 

» Nosso palpite para o Campeonato de Construtores 2015:

Para coroar nossa análise me permitam fazer uma previsão de como se encerrará, em 2015, o Campeonato de Construtores da Fórmula 1:

» campeã: Mercedes

» vice-campeã: Williams, Ferrari ou Red Bull

» de 5ª à 7ª colocadas: McLaren, Lotus e Toro Rosso

» 8ª e 9ª colocadas: Sauber e Force India

 

E quanto à Manor-Marussia? nada a declarar, não dá nem para ter certeza que consigam correr a temporada inteira, tanto que, faltando apenas cinco dias para a prova de abertura, a Manor só tem um carro de 2014, adaptado às regras de 2015; conta com um piloto que poderia correr a temporada inteira (Will Stevens) – mas o outro, só anunciado nesta semana (Roberto Merhi), só vale na Austrália.

 

— FJPB —

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