O atual campeão da Fórmula E, o francês Jean-Eric Vergne, reclamou do que o está incomodando na atual Fórmula E: o “formato das corridas força corridas sujas” e destaca que “… não escutam os pilotos…” Ele afirma que as corridas, como são hoje, abrem espaço para que os pilotos se atinjam uns aos outros nas pistas – sobretudo nos circuitos mais estreitos, que são a maioria na temporada, na verdade.
De acordo com Vergne, como o elemento de controle do gasto de energia diminuiu muito em relação ao que era necessário até a temporada passada, todos os pilotos passam a corrida com a possibilidade de despejar potência. Assim, em pistas tão estreitas, a única forma de ultrapassar é com colisões nos adversários.
Conforme mais batidas aparecem, mais acidentes são causados e forçam safety-car e full-course yellow. Um círculo vicioso. A falta de estratégia, principalmente em pistas estreitas como Hong Kong, Paris e Mônaco, traz o caos. Os pilotos ficam, na visão de Vergne, sem muitas opções. Aliás, algo que se percebe muito facilmente, é que as pistas são mais estreitas do que o necessário. Tão estreitas que muitos pilotos batem sozinhos, pois sua margem de manobra num erro é extremamente pequena.
Vergne acrescentou: “Tem que ser entendido que se você trouxer de volta o formato de corridas com forte elemento de poupar energia, então você não vai ter contato, porque um cara pode ultrapassar o outro usando mais energia. A FE é isso .”
Ele continuou seu arrazoado: “Não tem contato tático, só contatos em geral. Isso é porque os pilotos passam dez voltas atrás de um cara que é 1s mais lento e, em algum momento, você não vai mais ficar atrás do cara que é incrivelmente lento”.
A reclamação de Vergne vai mais longe ainda. Ele reclama que os pilotos estão sendo deixados de fora das decisões sobre os rumos dos formatos das corridas. “Ninguém nos escuta. Não somos bem-vindos porque não estão nos escutando. Eu tenho dito há seis anos que esse tipo de coisa vai acontecer, por causa do safety-car e do novo formato. É um bom formato. É bem feito, mas torna as corridas impossíveis. Eles realmente precisam fazer algo com isso, é urgente agora”, encerrou o piloto francês.
