Análise dos testes de pré-temporada da F-1

Finalizadas as duas semanas dos testes coletivos de pré-temporada da Fórmula 1, na Espanha, vamos para nossa análise técnica tradicional de todo início de temporada da Fórmula 1. Lembrando que os testes para a maioria das equipes é um jogo de poker: é blefe o tempo todo, o tempo inteiro. Quem pode esconde o jogo, as melhores equipes partem para vários tipos de simulação, e nem querem chegar perto de sua verdadeira performance. Outras, com problemas de performance e/ou patrocínios, tentam mostrar o que não tem, colocando muito pouco combustível para tentar ganhar velocidade e parecer em muito melhor posição. Então vamos todos ver estes números com uma farta pitada de sal, para tentar ver além do que aparenta-se. Para tal melhoramos nosso indicador (o SS-TPT) de sorte a valorizar um pouco mais o número de voltas que uma equipe consegue dar nos quatro dias de testes. Aqui ninguém pode disfarçar: as melhores equipes também tem que testar ajustes diversos, saber como se comportam os pneus da temporada em seus novos carros. Quem tem problemas de ajuste, não consegue dar muitas voltas, e não consegue tirar muito de seus conjuntos motrizes. Então vamos lá.

Infográfico : dados coletados nas duas semanas de testes coletivos da F1

A primeira coisa que podemos constatar é que a Ferrari apareceu muito bem. Fez o terceiro maior volume de voltas na pista de Barcelona, por quatro vezes fez a melhor volta do dia, e seu índice geral foi bem melhor que o grupo que aparece logo abaixo. Não parece que está blefando, seu ritmo é bom – embora tenha tido alguns problemas durante alguns dias dos testes – mas deve-se entender que a Mercedes, que só apare na sexta posição de nosso infográfico, com certeza blefou praticamente o tempo todo, só mostrando melhor sua força no último dia, quando ficou logo atrás da Ferrari.

Toro Rosso, Renault e Renault, aparecem logo em seguida, mas os resultados podem ter uma boa dose de blefe, já que elas deram um número de voltas menor das que a Ferrari conseguiu fazer. Já no caso da Alfa Romeo, que aparece na quinta posição, o resultado dela parece mais sólido, mas provavelmente vai lutar, no Campeonato de Construtores, por um quarto lugar mesmo – embora com certeza tenha um conjunto muito bom, já que foi uma das únicas duas equipes a conseguir ultrapassar a marca das 1000 voltas.

A Mercedes deve ter blefado bastante – isto ela sempre fez nos testes dos últimos anos – obviamente está acima de Toro Rosso e McLaren -, mas não dá para afirmar ainda o quanto está melhor que a Red Bull, que teve problemas mais graves em dois dias, o que derrubou seu total de voltas – ficou apenas acima de três equipes neste quesito.

Mas com certeza a Red Bull deve repetir a temporada de 2018, e ficar mesmo na disputa do terceiro lugar no Campeonato de Equipes, não devendo ameaçar Ferrari e Mercedes.

A Haas, embora tenha decaído na segunda semana dos testes, não mostrou muita firmeza de seu conjunto. Provavelmente apenas vai ficar à frente da fraca Racing Point – pelo menos até aqui – e da praticamente nula Williams, que perdeu mais de metade dos dias dos testes da F-1 na primeira semana e na segunda não melhorou muito, embora tenha feito dias com boas voltas. Não restam dúvidas de que será, novamente, a última colocada.

O que parece não restar dúvida é que a Ferrari e a Mercedes vão novamente disputar o título em 2019, mas ficou claro que bastará à equipe de Maranello que se não fizer bobagens, como fez recentemente em 2017 e 2018, poderá voltar a ser campeã – o que não acontece há dez anos. Só precisamos ter mais dados para apostar que a Toro Rosso e a Red Bull também possam entrar com tudo nessa disputa, ou se vão disputar apenas o terceiro lugar entre as equipes, mas neste caso brigando com Renault e Alfa Romeu.

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  1. […] Enquanto isso você pode rever nossa Análise da 1ª semana de testes da Fórmula 1… […]

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