Os novos pneus Pirelli

Em 2011, a Pirelli regressou à Fórmula-1 após 20 temporadas com uma missão curiosa: tornar a vida útil dos pneus da categoria mais curta que em anos anteriores.

Com essa proposta, a Federação Internacional do Automóvel (FIA) pretendia que eventuais disparidades em estratégias e entre os níveis de desgastes dos compostos dos carros durante as corridas facilitassem ultrapassagens. Somada, claro, a adoção da asa móvel e ao regresso do KERS.

E o resultado desse “kit ultrapassagem” foi bastante positivo: nada menos que 1486 adiantamentos em 19 Grandes Prêmios. Marca 2,7 vezes maior à registrada em 2010.

De fato, a Pirelli fez bem a lição de casa conferida pela FIA. O desgaste dos rodantes da fábrica milanesa foram maiores que os presentes nos antecessores Bridgestone, algo que rendeu um alto número de pit stops ao longo do campeonato passado. Mais precisamente 1086 – média de 2,38 por corrida a cada competidor.

Na Hungria, em agosto, foram 85 pits. Recorde em um Grande Prêmio de Fórmula-1. Mas vale ressaltar que a prova húngara foi disputada sob chuva. Com pista seca, entretanto, os GPs com mais paradas não ficaram muito longe da marca obtida em Hungaroring. Na Turquia, foram 80 pits; na Espanha, 77.

Mas se a Pirelli acertou a mão na produção dos rodantes no quesito durabilidade, variações de estratégias de corrida estiveram longe de ser uma característica em 2011. Culpa da significativa diferença por volta entre os tipos de pneus. Em algumas etapas, tal distância chegou a 1s5. Com isso, grande parte dos primeiros colocados nas provas apostava em táticas semelhantes.

Um dos poucos a sair dos padrões, aliás, costumava ser Jenson Button. Dono de uma pilotagem suave, o inglês economiza pneus e dava à McLaren a opção de postergar suas paradas de boxes. Ou, em alguns Grandes Prêmios, até mesmo apostar em um pit stop a menos que os principais adversários.

Para evitar a repetição dessa similaridade nas táticas de prova, os pneus italianos ao próximo campeonato terão uma abordagem ainda mais agressiva que os de 2011. Três dos quatro compostos disponíveis para 2012 sofreram alterações em suas formações.

A borracha usada nos pneus tipos macio, médio e duro é mais mole que a de seus antecessores. Apenas o supermacio segue igual ao do ano passado. Um dos principais objetivos da Pirelli com tal manobra é reduzir a distância entre o rendimento dos compostos, algo que poderá conceder mais opções de estratégias de pit stops às equipes durante as corridas.

Paul Hembery, diretor-esportivo da Pirelli, já garantiu que a disparidade entre os atuais pneus é de apenas um segundo. Conforme o dirigente, a meta é derrubá-la para 0s8 ao longo da temporada. Aliás, para se ter uma ideia, os atuais pneus duros já estariam até mais velozes que os médios do campeonato passado.

Em conta a alteração nos compostos italianos – além da duplicidade da zona de acionamento do DRS durante as provas, não é absurdo algum crer que a temporada 2012 reservará mais disputas e ultrapassagens nas corridas que em 2011. Mas é aquela velha história… Devemos esperar pelos resultados na boa e velha prática.
Por Rafael Ligeiro

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