O colapso da F-3 Sudam e da Fórmula São Paulo

Mais uma etapa da F-3 Sulamericana foi realizada no último fim de semana em Santa Cruz do Sul. Sem muito alarde. Aliás, muito menos alarde do que pretendia fazer. Ninguém soube, ninguém viu. Quem acompanha o Super Speedway deve ter notado que apenas na última hora apareceu a indicação que a etapa seria naquele fim de semana.

Na verdade o calendário oficial da categoria, divulgado pelo site oficial da categoria (aliás um péssimo site, com notícias “frescas” de novembro de 2008 e agora SUSPENSO, por falta de pagamento), indicava a data como sendo nos dias 12 e 13 de setembro. E era assim que aparecia em nosso calendário.

E de repente apareceu numa nova data, onde foi um evento convidado do “desconhecido fora do Sul” Campeonato Gaúcho de Pilotos e Marcas.

A F-3 enfrenta uma crise financeira braba. As equipes não dão dinheiro ao promotor do campeonato justamente por o calendário não estar organizado e não conseguirem patrocinadores. E a organização da F3, por sua vez, não tem honrado seus compromissos com os fornecedores, como a Master TV.

Situação similar vive a Fórmula São Paulo, a gloriosa ex conhecida como Fórmula Ford Brasil. Sua última etapa foi a sexta, realizada dia 21 de junho, com apenas 5 carros na pista – quantidade aliás que vinha se mantendo desde o início da temporada 2009.

Nós do SuperSpedway, nem nossos colegas do EsportesMotor.com, nem recebemos notícias do resultado da prova. Aliás nem temos certeza que tenha realmente acontecido tal prova. Com certeza ninguém ficou sabendo nada das duas etapas seguintes, programadas para os dias 2 e 23 de agosto.

A crise econômica está braba em todo o mundo, no Brasil – onde se propala que foi apenas uma marolinha, e que nada de mais grave realmente aconteceu – o que temos são dezenas de empresas se afastando do esporte. Diversas categorias sofrem muito, o que significa grid cada vez menores – na F-3 Sudam reduzido, e na Copa Clio nunca antes – numa categoria muito barata – os grids desta temporada ficam sempre abaixo dos 14 carros, quando em 2008 tínhamos quase sempre mais de 22 carros nas pistas.

A situação está chegando perto do colapso. A Fórmula São Paulo desapareceu, nem anunciaram sua morte, a F-3 Sudam está moribunda, numa temporada em que veio com anúncio da criação das classes Light e Universitária (aliás alguém viu essa última? – alguma prova foi organizada? – eu não vi nada e não sei de nada), e a Copa Clio resiste bravamente, mas pode ser que não reapareça em 2010.

Quando nossos dirigentes vão tentar algo mais forte? Vão subsidiar um pouco mais, devolvendo parte do monte enorme que sempre cobraram para permitir essas categorias usarem os autódromos brasileiros, num momento em que seria muito importante não deixar essas categorias afundar?

Só lembro que os brasileiros sempre se destacaram lá fora, por terem oportunidades de se desenvolver em categorias de base aqui no Brasil. Será que alguém espera que possam surgir outros Gil de Ferran, Hélio Castroneves, Bruno Junqueira, Tony Kanaan, Emerson Fittipaldi, José Carlos Pace, Antonio Pizzonia, Ayrton Senna, Felipe Massa, ou o nosso atual único representante na F-1 de agora, o glorioso Rubens Barrichello, sem existirem essas categorias de base?

É muita pretensão – ou burrice – dos nossos dirigentes esportivos, incluindo aqui a CBA, que só quer saber de COBRAR, não DOAR, e de nossos patrocinadores, achar que ainda seremos um celeiro de grandes pilotos – sem as categorias de base, não vai haver futuro para nossos pilotos no exterior.

Vamos acordar todos!

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