A Fórmula 1 definiu três conjuntos de testes coletivos de pré-temporada para 2014. Cada uma dessas baterias de testes programados pela FIA foi realizada durante 4 dias consecutivos – onde houve um total de oito sessões de testes, dois por dia – um pela manhã e outro pela tarde.
Lembre, entretanto, de analisar bem friamente os números desses testes, já que cada equipe poderá lançar mão de momentos diferentes, com pouco ou muito combustível, com simulação de long runs, com simulação de pit-stops além de, obviamente, de diversas configurações nos ajustes do novo chassis, novo motor, e dos novos componentes do Kers e dos pneus para a temporada 2014. Isso vai ocorrer até mesmo entre seus próprios pilotos. Então muita calma nesta hora…
A primeira bateria foi realizada no circuito espanhol de Jerez de la Frontera, nos dias 28, 29, 30 e 31 de janeiro, já a segunda delas foi realizada entre os dias 19 e 22 de fevereiro, no Bahrain. A última foi realizada entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, novamente na pista barenita.
Acompanhe abaixo o resumo, com os Top 5 tempos de cada um desses quatro dias de testes.
— Análise de Bahrain (27/02 a 02/03) ————————————-
A última bateria de testes de 2014, a segunda realizada no Bahrain, trouxe um pouco mais de incertezas – ao invés das certezas maiores, que todos esperavam. Os problemas com as equipes que usam os motores Renault continuaram, mas alguns desses problemas não tinham – em princípio – relação direta com o motor. Até a Mercedes, considerada por alguns como a melhor equipe deste início de temporada, também teve problemas, principalmente nos últimos testes.
O que de mais claro estes testes revelam, é que a situação parece ter mudado bastante para algumas equipes, principalmente a mais-que-perfeita Red Bull, que quase nunca se encontrou: ou eram problemas no motor, ou no superaquecimento, ou sei mais o que.
Mas não ficou sozinha nesse quesito. A Lotus enfrentou problemas de confiabilidade, e nem mesmo entrou na pista em Jerez. Sauber e Toro Rosso não ficaram muito distantes de problemas – estas também ao longo das três baterias realizadas.
Na verdade a Ferrari é que se sobressaiu, pelo menos no quesito regularidade: ela foi a que mais apareceu entre os Top 5 – na verdade quase sempre ficava entre as Top 3, como pode ser verificado no quadro acima. É verdade, ela só apareceu no topo uma única vez (Jerez, 28 de janeiro), enquanto Mercedes, McLaren, e Force India, apareceram três vezes no topo, cada uma.
Em nosso indicador a Williams, que apareceu no topo duas vezes (as duas com Felipe Massa, em Jerez, 31 de janeiro, e no Bahrain, 1º de março), foi bem constante – até mais que a Ferrari, já se distanciando de McLaren e Force India. Além disso ela fez a melhor das voltas de todos os três testes, com Massa completando uma volta na pista de Sakhir em 1:33,258 – cerca de 0,9s apenas à mais que a pole de 2013 nessa pista, que é o recorde da pista, e foi alcançado por Nico Rosberg.
Então estes testes mostraram – além de uma certa desconfiança com relação aos resultados horríveis da Red Bull (seria uma farsa?) – é que ninguém tem certeza se pontuarão com tranquilidade na Austrália, na abertura da temporada 2014. Mas as favoritas parecem ser a Ferrari, a Mercedes e a Williams. Num patamar inferior, mas não tão distante assim, aparecem a McLaren e a Force India.
Já Red Bull, Toror Rosso e Sauber, se perderam completamente, e neste momento não farão frente àquelas três, pelo menos até a fase européia da Fórmula 1. Menos ainda a Lotus, que em 2013 foi a quarta força, e o espantalho de muitas boas equipes, mas que começou 2014 muito atrás, só a frente das nanicas – as figurantes Caterham e Marussia.
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PS: A tabela é atualizada ao final de cada um dos dias de testes
— Análise de Bahrain (19 a 22/02) ————————————-
Já com os quatro dias de testes completados, a situação, de uma maneira ou outra, repete a da bateria realizada em Jerez. Há dificuldades de ajustes aos novos componentes dos carros, principalmente com relação aos novos Motor V6 Turbo e KERS, ajustes de freio apareceram mais agora e vários – e repetidos – problemas com as equipes que usam os motores Renault.
A Red Bull continuou sua aparente saga, conseguindo fazer poucas voltas, e enfrentando problemas de vários tipos. A única vez que apareceu entre os Top 5 foi no primeiro dia, quando foi pilotada por Vettel. Muito surpreende que a equipe tetracampeã, não consiga resolver seus problemas. Seria isso uma grande jogada, para enganar suas concorrentes? Se não for, ela vai despencar nesta temporada.
As equipes que se apresentaram melhores foram a Mercedes, a McLaren e a Ferrari. Force India e Williams também apareceram algumas vezes dentro dos Top 5, o que parece indicar como será a, e quem estará na, disputa do título de equipes em 2014.
Os carros de 2014 parecem estar se aproximando mais dos tempos que obtiveram em 2013. Nesta bateria no Bahrain o melhor tempo acabou ficando com tempo apenas 0,953s superior ao obtido pelo pole de 2013, numa volta que foi completada em 1:32,330 exatamente por Nico Rosberg, da Mercedes, detentor da melhor marca dos quatro dias de testes no Bahrain.
» Algumas estatísticas adicionais:
» Voltas mais rápidas dos 4 dias:
1. Nico Rosberg Mercedes 1:33,283
2. Lewis Hamilton Mercedes 1:34,263 +0,980s
3. Kevin Magnussen McLaren-Mercedes 1:34,910 +1,627s
4. Jenson Button McLaren-Mercedes 1:34,957 +1,674s
5. Nico Hulkenberg Force India-Mercedes 1:36,445 +3,162s
6. Fernando Alonso Ferrari 1:36,516 +3,233s
7. Kimi Raikkonen Ferrari 1:36,718 +3,435s
8. Felipe Massa Williams-Mercedes 1:37,066 +3,783s
9. Esteban Gutierrez Sauber-Ferrari 1:37,180 +3,897s
10. Valtteri Bottas Williams-Mercedes 1:37,328 +4,045s
11. Sergio Perez Force India-Mercedes 1:37,367 +4,084s
12. Felipe Nasr Williams-Mercedes 1:37,569 +4,286s
» Pilotos que mais andaram nos 4 dias:
1. Nico Rosberg Mercedes 174 941 (voltas e km)
2. Valtteri Bottas Williams-Mercedes 171 925
3. Jenson Button McLaren-Mercedes 169 914
4. Fernando Alonso Ferrari 161 871
5. Esteban Gutierrez Sauber-Ferrari 151 817
6. Lewis Hamilton Mercedes 141 763
7. Nico Hulkenberg Force India-Mercedes 137 741
8. Kevin Magnussen McLaren-Mercedes 127 687
9. Kimi Raikkonen Ferrari 126 681
10. Marcus Ericsson Caterham-Renault 102 552
11. Adrian Sutil Sauber-Ferrari 89 481
12. Felipe Nasr Williams-Mercedes 87 470
19. Felipe Massa Williams-Mercedes 65 351
» Pilotos que menos andaram nos 4 dias:
1. Jules Bianchi Marussia-Ferrari 8 43 (voltas e km)
2. Max Chilton Marussia-Ferrari 21 113
3. Romain Grosjean Lotus-Renault 26 140
4. Daniel Ricciardo Red Bull-Renault 43 232
5. Daniil Kvyat Toro Rosso-Renault 62 335
» Voltas e km por equipes nos 4 dias:
1. Williams 323 1.748 (voltas e km)
2. Mercedes 315 1.704
3. McLaren 296 1.601
4. Ferrari 287 1.553
5. Caterham 253 1.369
6. Sauber 240 1.298
7. Force India 213 1.152
8. Toro Rosso 139 752
9. Red Bull 116 627
10. Lotus 111 600
11. Marussia 29 156
» Voltas e km por motor nos 4 dias:
1. Mercedes 1.147 6.207 (voltas e km)
2. Renault 619 3.350
3. Ferrari 556 3.009
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— Análise de Jerez (28 a 31/01) ————————————-
Neste momento, já com os quatro dias de testes completados, ainda não dá para afirmar nada – ou quase nada. Há dificuldades de ajustes aos novos componentes dos carros, principalmente com relação aos novos Motor V6 Turbo e KERS, e vários – e repetidos – problemas com as equipes que usam os motores Renault.
Sobre os carros das equipes que estão em Jerez e que usam o motor Renault, no primeiro dia apenas a Toro Rosso apareceu nos Top 5 e a Red Bull de Vettel nem marcou tempos. Mas o pior ficou para o segundo dia, quando os carros dessas equipes, mais a Caterham – que também usa os Renault – quase nem foram para a pista, nem apareceram entre os Top 5. Até fogo aconteceu no carro de Vettel.
No terceiro dia novos problemas para esses carros, embora a Toro Rosso de Jean-Eric Vergne tenha conseguido dar 30 voltas – o que é o recorde até aqui desses motores. Caterham e Red Bull completaram apenas 10 e 3 voltas, respectivamente, sem marcar tempos. E no último dia tudo se repetiu, mas desta vez quem andou mais (54 voltas) foi a Caterham de Kamui Kobayashi. Toro Rosso só deu 9 voltas, enquanto a Red Bull não passou de 7 voltas.
Só para efeito comparativo, todos os carros com motores Renault completaram apenas 151 voltas – com média de 50 por equipe -, nesses quatro dias, contra os carros com motores Ferrari (que completaram 444 voltas, com média de 148 por equipe) e os com os Mercedes (nada menos que 875 voltas, média de 219).
Os carros de 2014 estão mais de 5,4 segundos acabaram ficando com tempos pelo menos 5,4s superiores aos obtidos nos testes coletivos de 2013, realizados nessa mesma pista, onde a melhor de todas as voltas (que foi completada em 1:17,879) foi obtida por Felipe Massa, ainda com Ferrari.
– FJPB –
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