Ascenção e Queda de Flavio Briatore

Depois do apogeu de Flavio Briatore, veio – finalmente – a queda. A carreira de Flavio Briatore na Fórmula 1 parece que terminou, e terminou de forma vexamentória. Nesta quarta-feira o chefe de equipe foi demitido da equipe Renault, junto com Pat Symonds, em decorrência da polêmica sobre o GP de Cingapura, em que é acusado de ter premeditado com o piloto Nelson Angelo Piquet o acidente que acabou beneficiando o principal piloto da equipe, Fernando Alonso.

Chega ao final, assim, a passagem conturbada de Briatore pela Renault e pela prórpia Fórmula 1. Uma experiência intermitente que começou em 1989, quando a equipe ainda se chamava Benetton. O italiano, filho de professores, trabalhava na empresa de moda que comprou a Toleman desde 1977, convidado por Luciano Benetton para lançar a marca no mercado dos EUA.

A Benetton comprou a Toleman no final de 1985 e fez seu primeiro campeonato em 86, contando com Gerhard Berger e Teo Fabi como pilotos. Três anos depois, Briatore foi designado por Luciano como diretor-comercial da equipe, e assumiu o posto de chefe do time em 1991, mesmo com sua limitada experiência em automobilismo.

A sua chegada à chefia do time baseado em Enstone, na Inglaterra, coincidiu com a chegada de Michael Schumacher, no final de 1991. No ano seguinte, o alemão conquistou sua primeira vitória pela equipe no GP da Bélgica, levando a Benetton ao terceiro lugar no Mundial de Construtores daquele ano — fato que se repetiu no ano seguinte, em que Schumacher também teve uma vitória, esta na disputa do GP de Portugal.

Em 1994, o primeiro título, e como sempre cercado de muita controvérsia: Schumacher levou o caneco após oito vitórias, em um campeonato cercado de suspeitas a respeito do carro B194. Contando com motores Ford, rivais alegavam que a Benetton usava auxílios eletrônicos – artíficio que tinha sido banido naquela temporada.

Schumacher conquistou o título com um ponto de diferença sobre Damon Hill, após jogar seu carro sobre a Williams do inglês no GP da Austrália, em Adelaide, último evento da temporada.

Entretanto no ano seguinte Briatore levou as duas taças. Contando com nove vitórias de Schumacher e duas de Johnny Herbert, a Benetton, que agora usava motores Renault — dominou toda a temporada. O time somou 137 pontos contra 112 da Williams, e Schumacher conquistou o título de forma antecipada.

Este foi o primeiro apogeu de Briatore, ao qual seguiu a primeira queda. Em 1997, Rocco Benetton, filho mais novo de Luciano, assumiu o cargo de engenheiro aerodinâmico da equipe, e demitiu Briatore.

O italiano voltou ao comando da equipe em 2000, quando a Benetton vendeu o time à Renault. Tanto em 2000 quanto 2001, ainda com o nome Benetton, Briatore foi novamente chefe da escuderia, e comandou o processo de reestruturação que colocou o time no auge pelos anos seguintes.

Em 2003, Fernando Alonso deu a primeira vitória ao renovado time no GP da Hungria, colocando a escuderia em quarto no Mundial de Construtores. Jarno Trulli conseguiu vencer o GP de Mônaco na temporada seguinte, com a Renault assumindo o terceiro lugar no campeonato.

Nos anos seguintes Alonso venceu os campeonatos de 2005 e 2006, e a Renault ficou também com os títulos entre as equipes, condecorando Briatore com seu terceiro troféu de dirigente. Entretanto, o espanhol deixou o time após o segundo campeonato para ir para a equipe McLaren, e a escuderia francesa teve uma má jornada durante a temporada de 2007.

Alonso retornou ao time em 2008, quando conseguiu duas vitórias. Mas a primeira delas, em Cingapura, foi a responsável por toda a polêmica que resultou – hoje – na queda de Briatore. O espanhol, das Asturias, terminou a prova inaugural dessa pista na frente, após ter se beneficiado do safety-car provocado pelo estranho acidente — que agora se coloca como premeditado — de Nelson Angelo Piquet na volta 14 da corrida. O bicampeão também venceu a etapa seguinte, no Japão.

Além de comandar a Renault, Briatore ainda tem outros negócios envolvendo a F-1. O italiano é o empresário de város pilotos da categoria, como Mark Webber e Heikki Kovalainen, e também agenciava Jarno Trulli e Piquet.

Ele também se associou com Bernie Ecclestone, e ambos dirigem o time do Queens Park Rangers, de Londres, um clube pouco conhecido, da segunda divisão do futebol inglês.

1.657.584FJPB1.10

Link permanente para este artigo: https://www.esportesmotor.com/ascencao-e-queda-de-flavio-briatore/

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.