Conclusões da primeira metade do Dakar

A primeira participação de um carro movido a etanol na história do Rali Dakar tem trazido várias lições e uma conclusão: o Mitsubishi Pajero Sport Flex do Valtra Dakar Eco Team, pilotado por Klever Kolberg ao lado de Giovanni Godoi, está no caminho certo.

“Esta edição do Dakar está bastante difícil. Não gosto de comparar com outros anos, mas até aqui tem sido bem exigente. O terreno, tanto na Argentina como no Chile é bastante feroz com pilotos e máquinas. A temperatura tem sido muito alta e seca, bastante árida, como no deserto africano”, constatou.

“Uma característica local é de um solo sempre com areia muito fina, provocando muito pó, o que dificulta as coisas. Para se ter uma idéia, em trechos de piso muito ruim, que obriga os carros a andarem em velocidades baixas, o próprio vento leva a poeira e ultrapassa o carro, formando uma cortina de areia à sua frente e a visibilidade cai a zero. A navegação, por outro lado, tem sido mais simples do que quando o rali era na África, devido às referências com maior destaque”, comparou.

Kolberg conta o carro tem resistido bem às condições adversas do rali mais exigente do planeta. “O problema que nos tirou da prova (uma rachadura em uma peça do sistema de embreagem) foi facilmente solucionado com a troca da peça no acampamento. Então decidimos não desperdiçar a oportunidade para atingir um de nossos objetivos, que era aprender a participar com um carro utilizando etanol brasileiro como combustível”, contou Klever, lembrando da quarta etapa do Dakar, quando ele foi desclassificado pela organização da prova por não ter passado pelo último check point antes da chegada ao acampamento.

“Então aproveitamos para continuar fazendo o percurso do rally, o que está nos trazendo uma série de informações sobre o comportamento do carro. Na verdade, são confirmações, já que a indústria automobilística brasileira já tem vasto conhecimento sobre a utilização do etanol em diversas condições; mas nunca em um regime tão extremo de competição”, explicou.

Kolberg enumerou alguns dos desafios vencidos. “Nas grandes altitudes o ar é rarefeito. Em outras palavras, tem menos oxigênio, e isso provoca no motor o que é chamado de ‘mistura rica’, ou excesso de combustível. Como nosso Pajero tem um gerenciamento eletrônico da Magneti Marelli, esse sistema já faz o ajuste automaticamente, mas estamos conhecendo qual é o rendimento do motor a estas altitudes (de até 4 mil metros em relação ao nível do mar), e eventualmente analisando o estado das velas do motor”.

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