O DTM, uma super categoria de carros turismo no âmbito mundial, sofrerá, ao final do ano, um duro golpe: a Audi anunciou que se retirará da categoria.
Deste modo, após o fim da temporada de 2020 – que na verdade ainda nem conseguiu começar -, só a BMW estará confirmada nas pistas.
Nesta segunda-feira, a Audi revelou um realinhamento das suas atividades no automobilismo, o que inclui o fim do programa no DTM, passando a se focar na Fórmula E a partir da 2021.
Ela deixa o DTM, campeonato no qual alcançou 23 títulos, após 114 vitórias e 345 pódios, e onde correu de 1990 a 1992 e depois na era moderna, desde o ano 2000 até a presente data.
Markus Duesmann, presidente da Audi AG, explicou a decisão: “A Audi moldou o DTM e o DTM moldou a Audi. Isto demonstra o poder que existe no automobilismo – tecnológica e emocionalmente. Com esta energia, vamos conduzir a nossa transformação para um fornecedor de mobilidade elétrica desportiva sustentável. É por isso que também estamos focando os nossos esforços na pista. A Fórmula E oferece uma plataforma muito atrativa para nosso futuro”.
A decisão da Audi segue a decisão de sua proprietária, a Volkswagen, que terminou seus envolvimentos nos esportes não-elétricos no último ano.
Se a temporada deste ano puder começar, o grid será composto por nove carros da Audi, e mais sete da BMW, perfazendo um dos menores grids da história da categoria, que pelo alto nível tecnológico embarcado representa um custo altíssimo.
A categoria chegou a flertar com a Super GT 500 do Japão, e mesmo fez uma disputa extra-temporada no final da temporada de 2019, como uma preparação para uma temporada conjunta em 2021, sob a bandeira do alinhamento dos motores das duas categorias, na regulação “Class One”.
Mas juntar corridas na Europa e no Japão, sempre pareceu totalmente fora de propósito, porque aumentaria ainda mais seus custos já exorbitantes, com deslocamentos gigantescos, e a custos muito elevados. Só para 2020 são esperados custos em torno de 6 milhões de euros (mais de R$ 36 milhões) para uma equipe com dois carros.
Uma sugestão que apareceu na semana passada, foi a do ex-piloto Hans-Joachim Stuck: combinar etapas juntando o DTM e o GT Masters nas mesmas etapas – mas em corridas separadas – para aumentar o interesse dos aficcionados, além de diminuir os custos globais.
Como não seria transformar os dois campeonatos em apenas um, apenas trazendo o GT Masters para servir como apoio às etapas do DTM, a sugestão poderá sair do papel mais facilmente – principalmente agora que sobrará apenas a BMW nas pistas.
Com três grandes fábricas saindo em apenas três anos – Mercedes, Aston Martin e em 2021 a Audi – a categoria vai rapidamente decaindo. Sua mania de grandeza, num mundo que não consegue absorver os custos cada ano crescentes de uma categoria que quer ser o topo do topo no mundo, deve ser a causa de sua morte.