Nesta semana, de 1 a 4 de março, foram realizados os últimos testes coletivos de pré-temporada da Fórmula 1, novamente realizados no circuito espanhol de Montmeló, nos quais as onze equipes da temporada, contando a estreia da americana Haas F1 e o retorno da Renault, puderam realizar seus últimos ajustes nos carros novos para 2016, incluindo a Sauber, que finalmente pode usar seu carro de 2016, após sua programação ter ficado bastante atrasada, não sendo usado na semana anterior.
Sabe-se que esses testes coletivos são – também – um jogo de esconder. As melhores não mostram todo o seu potencial, mas aquelas mais fracas, aproveitam para tentar aparecer bem na fita, e quem sabe atrair novos patrocinadores. Basicamente os tempos obtidos não são muito significativos, não podendo ser utilizados de forma simplista.
Resolvemos então coletar alguns dados que, juntos, podem dar uma visão mais clara da real situação – e suas perspectivas – para a nova temporada. Os indicadores escolhidos foram:
- quantas vezes liderou na tabela de tempos;
- quantas vezes ficou dentro dos Top 5;
- qual foi sua melhor colocação nos testes;
- quantas voltas deu no total;
Dos indicadores selecionados, os de maior peso no cálculo do valor agregado de cada equipe são o primeiro, o segundo e o quarto, com o último tendo o peso maior, já que isso demonstra a capacidade do equipamento em se manter íntegro durante muito mais tempo (isto é, maior resistência e confiabilidade do conjunto).
Então vamos por a mão na massa, e tentar extrair o máximo dos resultados coletados, agora usando todos os oito dias de testes destas duas semanas.
Primeiro vamos aos resultados dos últimos quatro dias:
» Veja abaixo os melhores tempos de cada piloto no 5º dia:
1. Nico Rosberg Mercedes 1:23.022 82 voltas
2. Valtteri Bottas Williams/Mercedes 1:23.229 +0,207s 123
3. Fernando Alonso McLaren/Honda 1:24.735 +1,713s 93
4. Kimi Raikkonen Ferrari 1:24.836 +1,814s 72
5. Daniil Kvyat Red Bull/TAG Heuer 1:25.049 +2,027s 69
6. Lewis Hamilton Mercedes 1:25.051 +2,029s 90
7. Max Verstappen Toro Rosso/Ferrari 1:25.176 +2,154s 144
8. Nico Hulkenberg Force India/Mercedes 1:25.336 +2,314s 121
9. Felipe Nasr Sauber/Ferrari 1:25.493 +2,471s 103
10. Kevin Magnussen Renault 1:25.760 +2,738s 119
11. Esteban Gutierrez Haas/Ferrari 1:26.661 +3,639s 23
12. Rio Haryanto Manor/Mercedes 1:27.625 +4,603s 45
» Veja abaixo os melhores tempos de cada piloto no 6º dia:
1. Valtteri Bottas Williams/Mercedes 1:23,261s 108 voltas
2. Lewis Hamilton Mercedes 1:23,622 +0,361s 73
3. Kevin Magnussen Renault 1:23,933 +0,672s 126
4. Sebastian Vettel Ferrari 1:24,611 +1,350s 151
5. Jenson Button McLaren/Honda 1:25,183 +1,922s 121
6. Daniel Ricciardo Red Bull/TAG Heuer 1:25,235 +1,974s 135
7. Carlos Sainz Toro Rosso/Ferrari 1:25,300 +2,039s 166
8. Sergio Perez Force India/Mercedes 1:25,593 +2,332s 128
9. Nico Rosberg Mercedes 1:26,298 +3,037s 91
10. Pascal Wehrlein Manor/Mercedes 1:27,064 +3,803s 79
11. Marcus Ericsson Sauber/Ferrari 1:27,487 +4,226s 55
» Veja abaixo os melhores tempos de cada piloto no 7º dia:
1. Kimi Raikkonen Ferrari 1:22,765 136 voltas
2. Felipe Massa Williams/Mercedes 1:23,193 +0,428s 119
3. Nico Hulkenberg Force India/Mercedes 1:23,251 +0,486s 137
4. Max Verstappen Toro Rosso/Ferrari 1:23,382 +0,617s 159
5. Nico Rosberg Mercedes 1:24,126 +1,361s 81
6. Felipe Nasr Sauber/Ferrari 1:24,760 +1,995s 116
7. Fernando Alonso McLaren/Honda 1:24,870 +2,105s 118
8. Pascal Wehrlein Manor/Mercedes 1:24,913 +2,148s 48
9. Daniil Kvyat Red Bull/TAG Heuer 1:25,141 +2,376s 121
10. Jolyon Palmer Renault 1:26,224 +3,459s 98
11. Lewis Hamilton Mercedes 1:26,488 +3,723s 63
12. Romain Grosjean Haas/Ferrari 1:27,196 +4,431s 78
» Veja abaixo os melhores tempos de cada piloto no 8º dia:
1. Sebastian Vettel Ferrari 1:22,852 142 voltas
2. Carlos Sainz Toro Rosso/Ferrari 1:23,134 +0,282s 133
3. Felipe Massa Williams/Mercedes 1:23,644 +0,792s 129
4. Sergio Perez Force India/Mercedes 1:23,721 +0,869s 60
5. Lewis Hamilton Mercedes 1:24,133 +1,281s 69
6. Daniel Ricciardo Red Bull/TAG Heuer 1:24,427 +1,575s 123
7. Jenson Button McLaren/Honda 1:24,714 +1,862s 121
8. Jolyon Palmer Renault 1:24,859 +2,007s 90
9. Marcus Ericsson Sauber/Ferrari 1:25,031 +2,179s 132
10. Romain Grosjean Haas/Ferrari 1:25,255 +2,403s 66
11. Esteban Gutierrez Haas/Ferrari 1:25,422 +2,570s 25
12. Rio Haryanto Manor/Mercedes 1:25,899 +3,047s 58
13. Nico Rosberg Mercedes 1:26,140 +3,288s 70
Então vamos aos resultados, e nossas conclusões finais:
Tabela com os indicadores selecionados e Índice calculado
Conclusões Finais:
Baseado na tabela acima consideramos que duas equipes se destacaram nos testes levados a cabo nas duas sessões dos testes coletivos de 2016: Ferrari e Mercedes, sendo que dessas duas se destacou a Mercedes no quesito confiabilidade, embora a Ferrari tenha sido consistentemente mais rápida.
Depois veio um grupo de três equipes, aparecendo de forma consistente ao longo dos testes, com indicadores médios, o que deve garantir claramente um desempenho bem razoável na temporada para a Force India, Williams e Toro Rosso. Boa velocidade mas confiabilidade menor são os valores que as colocam como equipes de segunda força nesta temporada.
Depois vem outro grupo de quatro equipes bem compacto, com resultados bastante similares, incluindo a confiabilidade (onde alguns se destacaram um pouco mais que outros), e onde colocamos: Red Bull, Renault, McLaren e Sauber – nessa exata ordem. Com certeza essas equipes devem pontuar, mas terão muitas dificuldades para vencer ou mesmo subir ao pódio.
Finalmente ficaram devendo muito duas equipes: a nanica Manor e a estreante Haas – tanto pela baixa confiabilidade, como pelas baixas velocidades alcançadas ao longo dos oito dias de testes – embora a Haas tenha aparecido entre os Top 5 (um segundo lugar) uma vez. O problema da Haas claramente é confiabilidade, que apareceu claramente na segunda semana. Já a Manor tem também problemas sérios de velocidade.
Pontos de destaque:
Temos alguns pontos de destaque, que queremos deixar registrados aqui.
- A melhoria significativa da Ferrari, que continuou mostrando que desta vez vai realmente conseguir dar muito trabalho à Mercedes, na disputa pelo título de Construtores de 2016;
- A possibilidade concreta da Mercedes ter escondido sua real velocidade nesta sessão;
- Um pouco de desencanto com a real performance da Haas, de quem muitos esperavam mais, inclusive nós – que se mostraram principalmente na segunda semana de testes, inferiores à Renault, que retorna à F-1 como equipe e à McLaren;
- A tristeza pelo que pode significar a pouca confiabilidade, e ainda baixa velocidade, da McLaren, que ficou atrás da Renault;
- A queda da Williams, equipe que em 2015 queria disputar o vice-campeonato com a Ferrari, mas que perdeu terreno de forma significativa na primeira semana, mas se achou melhor na segunda semana. Nesta temporada deve disputar a terceira colocação com a Force India e a Toro Rosso.
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