No GP da Austrália, quando foi utilizado um carro da Aston Martin como Safety Car num esquema de rodízio, Max Verstappen reclamou muito da baixa velocidade do que chamou “tartaruga”.
Conhecido como um grande reclamão, tudo seria esquecido e relevado se, ao lado de Verstappen, não houvessem vários outros pilotos também reclamando muito da baixa velocidade desse carro, nos momentos em que ele entrou na pista.
Para os pilotos sua baixa velocidade causava um grande problema, pois a temperatura dos pneus caía muito – o que tornava as relargadas em momentos ainda mais críticos, pelo baixo grip que apresentavam os pneus Pirelli de seus carros.
Tanto Charles Leclerc, como também George Russell, pilotos que estavam sempre atrás do Safety Car da Aston Martin, reclamaram de que ele seria cerca de 5 segundos mais lento ainda do que o Safety Car da Mercedes.
A FIA teve que se pronunciar, mas como sempre o fez, deu uma desculpa das mais esfarrapadas. A questão, segundo a FIA, era de que o uso do Safety Car é apenas para realmente baixar a velocidade dos carros em momentos de acidentes, para segurança dos trabalhadores que precisam limpar a pista de peças de carros que se espalharam, e que podem causar outros acidentes.
Mas se é apenas para diminuir a velocidade, não poderia-se usar apenas o Virtual Safety Car? Sobre o problema do resfriamento dos pneus – que podem causar outros acidentes graves – ela nem se manifestou, nem teria como, pois tem uma escolha de carros de segurança apenas pelo dinheiro, não pela capacidade técnica de ficar à frente dos velocíssimos carros da Fórmula 1.
É certo que a Aston Martin – a equipe da F1 – pena nas provas neste ano, quando ainda não marcou nenhum ponto – é a única que tem zero pontos, mas será que o carro de turismo da Aston Martin é mesmo mais lento que o da Mercedes, ou há outra explicação?
A resposta pode ser totalmente evidenciada no comparativo entre os dois carros de segurança que a FIA utiliza neste ano:
Item | Mercedes | Aston Martin | Déficit |
Modelo | AMG GT Black Series | Vantage | |
Motor | 4 litros bi-turbo V8 | 4 Litros turbo V8 | |
Potência | 730HP | 528 HP | 27% |
Torque máximo | 800 nM | 685 nM | 15% |
Velocidade máxima | 325 km/h | 313 km/h | 4% |
Aceleração (0 – 100km/h) | 3,2s | 3,5s | 9% |
Peso | 1.520 kg | 1.570 kg | 4% |
Downforce (à 200km/h) | 249 kg | 155 kg | 38% |
Fica claro que o carro da Aston Martin perde em todos os itens de importância para efeitos de performance, mais ainda nos mais importantes como Potência, Torque e, principalmente, Downforce.
A FIA precisa deixar de buscar dinheiro (do patrocínio) e usar o melhor que estiver disponível, ou usar apenas o VSC. Do jeito que está estão fazendo uma ótima propaganda… para a Mercedes.