Mais uma da DESorganização da Stock Car

A Stock Car tem mostrado uma falta gritante de organização nesta temporada. A cada prova alguma regra é alterada – e o que é pior: mais à frente ela volta a ser alterada.

Agora, na prova de Salvador – que foi um grande fiasco de planejamento e organização, como vimos no caso das chicanes móveis – o piloto Duda Pamplona quis correr com o regulamento debaixo do braço, mas acabou sendo obrigado a entrar nos boxes, para reabastecer.

O problema é que Duda mostrou que em lugar algum do regulamento está escrito que o reabastecimento é obrigatório.

Duda Pamplona, piloto da Officer Pamplona’s, liderava a corrida nas ruas do Centro Administrativo da Bahia, que já havia passado de sua metade, e foi ordenado pela direção de prova a entrar nos boxes para reabastecer, com a ameaça de desclassificação.

A orientação seria válida se houvesse uma obrigatoriedade de reabastecimento, mas uma rápida olhada no regulamento desportivo, cujo adendo foi publicado no dia 28 de maio, deixa claro que, em nenhum momento é citada a tal obrigatoriedade, como se pode provar no artigo 11:

“Na volta seguinte em que se completou o vigésimo minuto de prova, será apresentada no PSDP [Posto de Sinalização da Direção de Prova] a informação de ‘BOX ABERTO’, a partir deste momento e até o final da prova, as equipes poderão realizar Pit Stop, para abastecimento e troca de pneus.

Cada equipe poderá dispor de no máximo nove integrantes para a realização dos serviços (abastecimento e troca de pneus), ou seja, estes nove integrantes deverão ser os responsáveis pelos dois veículos da equipe.”

Mais à frente, no parágrafo único do artigo 47, existe mais uma citação sobre o regulamento, onde também não se fala da obrigatoriedade do reabastecimento. “O reabastecimento de combustível só é permitido na área dos boxes durante os treinos livres, proibido durante os treinos classificatórios. O reabastecimento de combustível, previsto no “PIT STOP”, deverá ser realizado única e exclusivamente atendendo o determinado no presente Regulamento.”

Segundo Duda, a ordem partiu de um comissário desportivo, que, ao ser perguntado sobre o motivo da ordem, disse apenas estar seguindo as orientações da direção de prova. “Antes da corrida, a gente cogitou isso [completar a corrida sem parar nos boxes], pois, com uma grande quantidade de bandeiras amarelas, havia uma grande chance de acontecer”.

Nestor Valduga, presidente do CTDN (Conselho Técnico Desportivo Nacional), admitiu o acontecido e prometeu uma rápida correção. “Estamos aguardando uma resposta do engenheiro dele, mas acredito que ele não faria a prova com o combustível que tinha.”

“Mas, para evitar isso, vamos soltar um novo adendo, pois o regulamento está muito diferente do regulamento particular de cada corrida. Na verdade, a troca de pneus é opcional; o reabastecimento é obrigatório”, continuou o dirigente, que argumentou saber da tal “brecha”.

Sabia, mas nada fez… que DESorganização braba…

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