Marinelli Team insatisfeita com o Rali de Divinópolis

Era para ser um domingo apenas de festa, com as vitórias nas duas categorias em disputa no Rali de Divinópolis, quinta etapa do Campeonato Mineiro de 2009. Afinal, ao ocupar o degrau mais alto do pódio pela terceira vez consecutiva– vinham de dois primeiros lugares em Ouro Branco – Fábio Sacioto e Arthur Carrão ampliaram sua vantagem na classificação da categoria N2 (carros com preparação limitada até 1.600cc). E, como se não bastasse, Luiz Fernando Caetano e Fábio Valle levaram a picape Mitsubishi L200R com as cores da Itália ao sucesso na categoria Cross-country.

Mas, se motivos para comemoração não faltaram para a Marinelli Team, também houve razões para preocupação, que demonstram o quanto ainda precisa ser feito para que uma das modalidades mais espetaculares do automobilismo se estabeleça no estado, apesar do esforço de muita gente – leia-se o Rali Clube Minas Gerais (RCMG) e a Federação Mineira de Automobilismo (FMA), na figura de seus principais dirigentes.

Se o público de Divinópolis pôde acompanhar muita perícia e habilidade das duplas num percurso conhecido pelos diversos saltos e que se tornou ainda mais complicado com a chuva da véspera, nos bastidores nem tudo funcionou como o previsto, a começar por uma dúvida na vistoria técnica do sábado.

Um adendo ao Artigo 60 do Regulamento Geral de Provas da Confederação Brasileira deAutomobilismo (CBA) é bem claro ao permitir, na N2, o “uso do coletor de escape 4 em 1, sendo o tubo de escape livre, devendo o mesmo terminar no local original do veículo”. Uma modificação feita pela Marinelli Team no Palio16V de Sacioto/Carrão e tornada pública por meio de um release de imprensa, como aliás é praxe para uma equipe que tem se pautado pela transparência.

Inicialmente os comissários de prova manifestaram dúvidas quanto à legalidadedo equipamento, sem apresentar uma solução rápida para o impasse. “Propus imediatamente que, se fosse o caso, trocaria o coletor pela versão anterior,ainda que o regulamento autorize o uso do modelo 4 em 1. Afinal, o objetivo sempre foi de cumprir as regras e buscar a vitória de forma correta. A indecisão permaneceu e só depois de muito tempo fui informado de que, pela interpretação dos comissários, o coletor poderia ser mantido. E assim ele foi lacrado. Qual não foi a minha surpresa ao saber, depois da prova terminada, que um concorrente havia protestado. Só posso ficar indignado, como todos os mecânicos, pilotos e navegadores do time. Todo nosso esforço, o trabalho na oficina e a cada prova não podem ficar à mercê deste tipo de indefinição”, lamenta o diretor-técnico Giuseppe Marinelli.

Ele lembra que, em outros campeonatos estaduais, ou mesmo no Brasileiro, tal tipo de dúvida nunca foi levantado e teme ser obrigado a, no futuro, tirar do Campeonato Mineiro uma estrutura que hoje conta com cinco Palios 16V disputando todas as etapas – Sacioto/Carrão, Roberta Marinelli/Vivian Maciel, Fabiano Altomar/Oswaldo Amorim, Juliano Sacioto/Paulo Bomba e Guilherme da Matta/Fábio Abreu – além do apoio ao jornalista Rodrigo Gini, que faz sua estreia na modalidade com um Corsa GSI16V e das participações previstas dos paulistas Patrick Pinzan e Ernesto Faria, que defendem as cores do MarinelliTeam naquele estado.

“Queremos apenas correr onde somos respeitados como competidores. O Patrick e o Ernesto gostariam muito de disputar as etapas restantes do Mineiro, mas como trazê-los se os carros de ambos têm o coletor 4 em 1 e corremos o risco de vê-los punidos, ainda que dentro do regulamento? A rivalidade esportiva é sadia, desde que fique restrita às provas. Fora delas, deve prevalecer o espírito de companheirismo, como se vê em São Paulo, onde uma dupla é capaz de emprestar uma peça a um concorrente de outra equipe sem que isso cause qualquer problema. E, acima de tudo, é preciso coerência na leiturado regulamento – o que é considerado válido para uma etapa prevalece em todas as outras, a não ser que haja mudança por meio de adendo escrito. O que nos move mais do que qualquer coisa é a paixão pelo esporte. Fico preocupado é com o futuro do rali, que tem tudo para deslanchar, desde que as coisas sejam feitas corretamente”, prossegue Marinelli.

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