Na montanha-russa, mas de fôlego renovado

A Toyota conquistou, em pouco menos de sete dias, seus dois melhores resultados na temporada 2009 de Fórmula-1. No último dia quatro, Jarno Trulli completou o GP do Japão em segundo lugar, mesma colocação obtida por Timo Glock na etapa da semana anterior, em Cingapura. Resultados que evidentemente dão fôlego novo ao time japonês e evidenciam uma participação “à la montanha-russa” no atual campeonato. Ora, por cima. Outrora, por baixo.

Explica-se. O belo rendimento nos circuitos de Marina Bay e Suzuka lembrou o exibido nas quatro primeiras etapas de 2009, quando o time também ousou fazer frente às duas principais forças do atual campeonato, Brawn e Red Bull. Foram três terceiros lugares e 26,5 pontos, quase metade dos 54,5 obtidos ao longo de quinze GPs no ano. No entanto, vale ressaltar que os resultados da Toyota no hiato entre essa época e a corrida de Cingapura beiraram o patético. Em nove provas, todas realizadas na Europa, a equipe só pontuou mais que a Toro Rosso. Foram míseros 12 pontos – média de 1,33 por corrida. Nas seis etapas de resultados, digamos, mais prolíferos, tal marca atingiu 7,1 pontos.

Tão interessante quanto a inconstância da Toyota nas pistas da Fórmula-1 ao longo desse campeonato é notar que os resultados dos últimos dois GPs não foram circunstanciais. Ou seja, desses que devem-se pelo fato de metade dos carros do grid terem abandonado a corrida após acidente ou problema mecânico. Desde os primeiros treinos em Cingapura e no Japão, a Toyota marcou presença nas primeiras colocações. Algo que se deve a atuações irretocáveis de seus pilotos, lógico, e ao TF109, que mostrou ainda ter condições de “dar um caldo” em 2009. Afinal, tais rendimentos ocorreram em duas pistas de características extremamente distintas.

Palco do único Grande Prêmio noturno no calendário da Fórmula-1, Marina Bay, em Cingapura, é um circuito de rua. Bastante travado. Já Suzuka, que voltou a sediar um GP do Japão após três anos, é conhecido pelas curvas de alta velocidade. Para exemplificar tal panorama, basta lembrar que a média de velocidade na volta que garantiu a pole position ao inglês Lewis Hamilton em Cingapura foi de 169,27km/h, bem distante dos 226,83km/h da volta mais rápida do treino oficial no Japão, registrada por Sebastian Vettel.

Embora essa versatilidade do TF109 não signifique lá grandes coisas para a próxima temporada – afinal, alterações no regulamento técnico da categoria farão com que a concepção dos carros mude consideravelmente para 2010, fato é que o desempenho e os resultados nos dois últimos GPs rendem, ao menos, um motivo para animar a turma da equipe nipônica. Trata-se da perspectiva de ter um carro competitivo em Interlagos e Abu Dhabi, palco das duas últimas provas da temporada 2009. Algo que ajudaria o time a manter-se na luta para superar a campanha de 2005, quando encerrou o ano em quarto lugar no Mundial de Construtores. Atualmente, é quinta colocada, com 54,5 pontos. Pouco à frente estão McLaren, com 65, e Ferrari, 67.

Pode parecer pouco a uma equipe que possui um dos maiores orçamentos anuais da Fórmula-1. Mas diante de uma temporada marcada por extremos no rendimento, sinceramente, parece bom demais.

1.679.209FJPB1.8

Link permanente para este artigo: https://www.esportesmotor.com/na-montanha-russa-mas-de-folego-renovado/

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.